Ciganos Van Gogh |
Já comentamos que a
corrente astral de Umbanda é aberta a todos os espíritos que queiram praticar a
caridade, independentemente de suas origens terrenas e de suas encarnações.
Houve época em que dirigentes umbandistas não aceitavam ciganos em seus
trabalhos, mas a Umbanda acolhe em suas linhas de trabalho todos os filhos de
Deus que queiram praticar a caridade.
Tamanha foi a
simpatia do povo umbandista pelas entidades ciganas e grande foi a seriedade do
seu trabalho, orientando com sabedoria, ensinando a beleza da criação e a
alegria de viver, que foi criada uma “Linha” de ação específica para eles, com
sua própria hierarquia, magia e ensinamentos.
Filhos
do Vento – O Arquétipo da Liberdade
Uma característica
marcante do povo cigano é a liberdade, em relação às nacionalidades, aos
padrões sociais e aos preconceitos que escravizam. Os ciganos são poeticamente
denominados “Filhos do Vento”, por sua liberdade, fluida mobilidade e errância,
sempre ao sabor do vento, percorrendo os quatro cantos do mundo em sua mágica
trajetória. Profundos conhecedores dos caminhos, em sua saga milenar vêm
recolhendo conhecimentos iniciáticos de todas as culturas e tradições.
Outra característica
marcante é o seu conhecimento magístico e curandeiro, principalmente nos campos
da saúde e do amor. É lendária a vidência de seus magos e sacerdotisas, que
utilizam o elemento espelho, para refletir o Tempo, a memória ancestral, os
conhecimentos, a arte da cura e dom da vidência. Por meio das cartas ou outros
suportes materiais como bolas de cristal, estralas do mar e simples copos de
água, o futuro, o presente e o passado desdobram-se no vórtex temporal de suas
visões.
Regidos pelo Tempo
(Oiá) e pelo espaço (Oxalá), o povo cigano se move livremente tanto no espaço
como no tempo.
Os
Ciganos na Umbanda
Os primeiros ciganos
acolhidos no Brasil no século XVI, enviados de Portugal como degredados, em
1574, para aqui trabalharem como ferreiros e ferramenteiros. Só vieram como
autônomos a partir do século XIX, acompanhando o séqüito de D. João VI.
Na Umbanda, a
presença de ciganos tem sido cada vez mais constante e, em muitos terreiros,
eles próprios já pedem para que seus médiuns trabalhem com a roupa branca e
tenham apenas os seus elementos magísticos, como lenços, baralhos, espelhos,
adagas, anéis e outros. Nos déias de suas festas, podem ser utilizados os
violinos, a cítara, a viola, os pandeiros e outros instrumentos característicos.
A saudação a eles é: Salve o Povo Ciganos! Optchá! Arriba Meu Povo
Cigano! Arrimerê!
Na Linha dos Ciganos
encontramos espíritos que tiveram encarnações como ciganos e também espíritos
que foram atraídos para essa linha por afinidade com a magia cigana. Por isso,
os ciganos na Umbanda não têm obrigatoriamente que falar espanhol ou romanês,
ler cartas ou fazer adivinhações. Há os espíritos ciganos que fazem isso porque
já o faziam quando encarnados e outros não.
“O “povo” cigano tem
suas cerimônias próprias e tem seus rituais coletivos adaptados à Umbanda e
suas sessões são muito apreciadas e muito concorridas, pois seus trabalhos
estão voltados para as necessidades mais terrenas dos consulentes.
É uma linha
espiritual em franca expansão e temos até linhas de esquerda “ciganas”, tais
como a do Senhor Exu Cigano e da Senhora Pomba-Gira Cigana, muito procurados
pelos consulentes quando se manifestam nas sessões de trabalhos espirituais.”
(Saraceni, Rubens – Umbanda Sagrada – Madras Ed.)
É uma linha
espiritual especial, cujas entidades trabalham na irradiação dos diversos
orixás, mas louvam sua padroeira, Santa Sara Kali-yê. Seus trabalhos também
podem ser sustentados por Pai Ogum – orixá do ar , ordenador dos caminhos – e
por mãe Egunitá – o fogo purificador – pois os ciganos sempre estão ao redor de
suas fogueiras.
Na Umbanda, atuam como guias espirituais, de maneira extremamente respeitosa e sempre procuram mostrar o caráter fraterno do povo cigano, seu respeito com o alimento e a capacidade de repartir o pão. Aceitam o ritual umbandista, como meio evolucionista, e retribuem com suas ricas orientações e com a alegria de seus cantos e de suas danças.
Na Umbanda, atuam como guias espirituais, de maneira extremamente respeitosa e sempre procuram mostrar o caráter fraterno do povo cigano, seu respeito com o alimento e a capacidade de repartir o pão. Aceitam o ritual umbandista, como meio evolucionista, e retribuem com suas ricas orientações e com a alegria de seus cantos e de suas danças.
Por
Lurdes de Campos Vieira
Adoro os ciganos e, sinto que já fui uma cigana em encarnações bem remotas!
ResponderExcluiradorei a página.
ResponderExcluirAdorei a página!
ResponderExcluirMe fascina a cultura cigana, acho que fui cigana em uma encarnação, adoro tudo, musica, roupas, tudo!!!
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