Quantas vezes um
assistente, ao pisar num terreiro de Umbanda nos dias de consulta, vira-se para
a entidade, incorporada em seu médium, e lança as perguntas corriqueiras:
"O que vai
acontecer comigo?"
"Eu vou ter
sucesso na minha carreira?"
"Será que ele
(ou ela) gosta ou vai gostar de mim?"
"O que será do
meu futuro?"
"O que vocês
estão vendo?"
Ora, se os nossos
mentores espirituais viessem para nos dizer o que vai acontecer no futuro, a
Umbanda seria a salvação para toda a Humanidade. Qualquer um podia solicitar ao
guia os próximos números da Mega-sena e pronto!
A Umbanda, como toda
religião, serve de ponto de equilíbrio para os filhos de fé; é um caminho a ser
trilhado em busca da evolução espiritual.
Mas entidade nenhuma
está aqui para interferir no futuro ou na vida de ninguém. Dar conselhos,
orientar, sim. Mas ir além disso, seria ferir o livre arbítrio que é dado ao
filho, para que ele saiba dar os verdadeiros passos em sua caminhada nesta
terra. E nenhum médium deve ter esta conduta em seu trabalho mediúnico, pois
estará trazendo para si próprio graves conseqüências.
Pode até haver
mensagens que os filhos guardam para si, e que só entenderão no futuro, de
acordo com as suas ações. Mas previsões, adivinhações são coisas que põem em
risco o trabalho mediúnico. Por isso que muitas vezes observamos que os
trabalhos feitos com a Linha de Ciganos são mal interpretados, e o que se vê
por aí afora é uma série de cartomantes, videntes, que tudo vê no tarô, no
baralho cigano ou na bola de cristal. Não estou questionando, nem criticando os
verdadeiros ciganos e seus descendentes que fazem bom uso do seu aprendizado de
magia.
Mas médiuns que
utilizam da incorporação de espíritos ciganos para se valerem de adivinhações,
previsões em cartas, leitura de mãos, etc. estão assumindo uma grande
responsabilidade pela gravidade de seus atos.
Não é esse o
verdadeiro propósito da Linha do Povo Cigano na Umbanda, e nem são eles Exus.
Exu e Pomba Gira Cigana são diferentes de espíritos que se apresentam como
Ciganos.
A corrente do Povo
Cigano irradia pela sua força, pela sua alegria, proporcionando-nos leveza,
saúde, trazendo a prosperidade, a paz e, acima de tudo, a fraternidade e o amor
na lei sagrada de Umbanda. Procuremos então entender e aproveitar a energia e
toda vibração dessa belíssima falange.
E quanto ao futuro?
Façamos o melhor de nós mesmos na busca da nossa evolução, e como diz a letra
daquele velho samba: "O que irá me acontecer? O meu destino será como
Deus quiser..."
Meu Saravá fraterno a
todos!
Por
Cristiano Queiroz
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