“O Céu é meu teto, a Terra é minha pátria e a Liberdade é minha religião"

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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Ao Cigano




Cavaleiro da noite e do dia, homem forte e corajoso, és a força de um grupo cigano, és poder. Com teu violino encantas a Lua Cheia. Com teu sapateado ajudas a Mãe-Terra a sentir teu lamento cigano e sentes na relva a energia mais profunda da natureza.

Ao olhar a fogueira, decifras o que dizem as labaredas, pois é na chama do fogo que são revelados os mistérios do mundo.

Cigano, com teus dados revelas o passado, o presente e o futuro da humanidade.

Cigano, com teu punhal te sentes mais seguro contra as maldades do mundo.

Cigano, és homem forte e seguro do que queres.

Cigano, és amor, carinho, ternura e paixões ardentes.

Cigano, pareces com a árvore frondosa de tronco grosso, a proteger-nos das falsidades desta vida terrena.

Ao olhar para o infinito, possa eu sentir a tua energia.

Cigano, ao olhar a chuva caindo na relva, possa eu sentir-te levando-me das impurezas deste mundo; e, ao olhar a chama de uma vela, possa eu sentir-te a dizer-me:

“Estou te protegendo.”


Por Ana da Cigana Natasha

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Histórias ou Lendas sobre Santa Sara?


Segundo alguns historiadores, por volta dos anos 50 d.c, uma embarcação teria cruzado os mares a partir de terras Palestinas levando a bordo para fugir das perseguições de Roma aos primeiros cristãos...

Os primeiros cristãos seria um grupo de personagens bíblicos: Maria Jacobina ou Jacobé, irmã de Maria, mãe de Jesus, Maria Salomé, mãe dos apóstolos Tiago e João, Maria Madalena, Marta, Lázaro, Maximiliano e Sara, uma negra serva das mulheres santas e aportado em uma pequena ilha situada em águas do Mediterrâneo. Milagrosamente, a barca sem rumo e à mercê de todas as intempéries, atravessou o oceano e aportou com todos salvos em Petit-Rhône, hoje a tão querida Saintes-Maries-de-La-Mer. Sara cumpriu a promessa até o final dos seus dias. Sara teria sido uma das primeiras convertidas ao cristianismo e morrido a serviço de suas companheiras de viagem.

Uma outra versão contada é que Sara era uma escrava egípcia de uma das três Marias, Madalena, Jacobé ou Salomé; e junto com José de Arimatéia, Trófimo e Lázaro foi colocada, pelos judeus, em uma barca sem remos e alimentos. Desesperadas, as três Marias puseram-se a orar e a chorar. Aí então Sara retira o diklô (lenço) da cabeça, chama por Kristesko (Jesus Cristo) e promete que se todos se salvassem ela seria escrava de Jesus, e jamais andaria com a cabeça descoberta em sinal de respeito (acredita-se que deste gesto de Sara Kali tenha nascido a tradição de toda mulher cigana casada usar um lenço que é a peça mais importante do seu vestuário: a prova disto é que quando se quer oferecer o mais belo presente a uma cigana se diz: Dalto chucar diklô (Te darei um bonito lenço)). Talvez por um milagre, ou por obra do destino, eles chegaram a salvo a uma praia próxima a Saintes Maries de La Mer. Depois de muitos dias, o barco foi resgatado por moradores de uma vila próxima aos arredores da costa marítima. Todos, por serem brancos, foram acolhidos, exceto Sara, por ser escrava (egípcia) e negra. Um grupo de ciganos a fez, pois estavam nas proximidades e presenciaram o fato. Sendo assim, passaram a cuidar de Sara, que, com sua morte, posteriormente, os mesmos passaram a recorrer com pedidos à mesma, por ter sido uma pessoa querida em vida, e esta, os atendeu em espírito, realizando milagres. A partir disso, Sara se tornou Mãe e Rainha dos Ciganos, honrando-os e protegendo-os. O surgimento de sua capela - foi criada após a sua morte. Quando veio à falecer, os Ciganos foram até a igreja da vila pedindo que seu funeral se realizasse na mesma. Devido ao preconceito, os católicos da época recusaram. A partir de então, foi feito uma espécie de gruta/igreja para Sara, visitada até os dias de hoje. Quando em 1935 a Igreja tirou Sarah de sua Cripta, muitos ciganos se aplicaram à prova do punhal (punhal avermelhado no fogo sobre a veia do pulso). Diz-se que o Sol queimou o olhar de Sarah.

Quando o número de ciganos aumentou, a Cripta não deu para todos, e foi feito um acordo entre um gadjo chamado "Marquês de Baroncelli" e um cigano chamado "Cocou Baptista", um chefe cigano muito influente. Até um certo tempo o acordo foi cumprido, mas os seus sucessores não levaram o trato a diante. Este chefe cigano foi usado, simplesmente um instrumento do gadjo, ele foi renegado e expulso pelo povo cigano.

Os ciganos de origem Calon, com o passar dos anos, alteraram algumas palavras da língua regional do povo cigano. Devido a estas alterações, houve algumas modificações idiomáticas no significado das palavras. Entre elas, podemos citar a palavra Kalin, que em Calon representa a palavra "cigana". Já para os ciganos que ainda preservam a língua regional, Kali representa negra. Há algum tempo, existe esta confusão idiomática, envolvendo a cor da pele da Santa.Para os Calons, seria Santa Sara Kalín (a cigana) e não Santa Sara - a negra. Paralelamente, a história de Sarah chegou à Índia, onde os ciganos a associaram à deusa Kali, negra, poderosa, transformadora.

Outra versão conta que Sara era moradora de Camargue e teve piedade das Marias, resolvendo ajudá-las. Também dizem que ela era uma rainha das terras de Camargue ou uma sacerdotisa do antigo culto celta ao deus Mitra. Uma das explicações para estas histórias é que em Camargue existiram várias colônias de antigas civilizações, como a egípcia, a cretense, a fenícia e a grega. Por isso, muitos poetas e menestréis contaram a história de Sara, de acordo com o que ouviram de seu povo, e assim, o mito em torno dessa poderosa santa foi difundido pelo mundo e ela continua, até hoje, a ser adorada entre as comunidades ciganas. Nos dias atuais, a santa padroeira dos ciganos é comemorada com muitos rituais e tradições por mais de 15 milhões de ciganos espalhados em diferentes pontos da Europa, Ásia, África, Austrália e Nova Zelândia.

Para preservar a história original de Santa Sara Kali, é necessário lembrar que a igreja católica santificou-a como SANTA e, que é dessa forma que o povo cigano a cultua (e não em rituais).

Aqui no Brasil, Santa Sara divide a preferência dos ciganos brasileiros com Nossa Senhora Aparecida e São Jorge Guerreiro. Os ciganos brasileiros adoram Nossa Senhora de Aparecida, talvez por causa de sua cor, e muitos a equiparam à Santa Sara Kali. Se não têm a imagem dela, por ser difícil encontrá-la, por certo possui em sua Thiera (barraca) ou casa uma imagem de Nossa Senhora de Aparecida. Às vezes têm as duas.

Certo é que ela é a mais venerada Santa para os ciganos e todo acampamento cigano conduz uma estátua da virgem negra depositada num altar de uma das tendas cercadas por velas, incenso, flores, frutas e alimentos.

Atualmente, as relíquias da Santas: Sara, Maria Jacobé e Maria Salomé, encontram-se na capela alta da Igreja de SAINTES-MARIES-DE-LA-MER; uma construção erguida desde o século IX, no antigo local do oratório dos discípulos. Contam-se as lendas que os restos mortais de Sara foram encontrados por um rei em 1448 e depositados na cripta da pequena Igreja de Saint-Michel.

No local são cumpridas promessas, feitas à Santa Sara Kali. Milhares de velas acesas são oferecidas à Santa. Em conseqüência disto, o calor torna-se intenso, não sendo possível às pessoas permanecerem muito tempo no local. Dizem até que o gás carbônico liberado pela queima das velas tornou a imagem da Santa Sara Kali escura, havendo até uma modificação na crença da cor da pele da Santa.

Além de trazer saúde e prosperidade, Sara Kali é cultuada também pelas ciganas por ajudá-las diante da dificuldade de engravidar. Para as mulheres ciganas, o milagre mais importante da vida é o da fertilidade porque não concebem suas vidas sem filhos. Quanto mais filhos a mulher cigana tiver, mais dotada de sorte ela é considerada pelo seu povo. A pior praga para uma cigana é desejar que ela não tenha filhos e a maior ofensa é chamá-la de DY CHUCÔ (ventre seco). Talvez seja este o motivo das mulheres ciganas terem desenvolvido a arte de simpatias e garrafadas milagrosas para fertilidade.

Muitas que não conseguiam ter filhos faziam promessas a ela, no sentido de que, se concebessem, iriam à cripta da Santa, fariam uma noite de vigília e depositariam em seus pés como oferenda um diklô (lenço), o mais bonito que encontrassem. E lá existem centenas de lenços, como prova que muitas ciganas receberam esta graça.

As mulheres ciganas também confeccionam saias, com as quais vestem a imagem da Santa.

A proteção de Sarah confere às pessoas emanações sempre benéficas que representam simbolicamente o ventre da sua mãe, seu sorriso, a irmã e a rainha: a "phuri dai" secreta dos Roms. Dizem que a pessoa de bom coração consegue ver o sorriso na estátua de Santa Sara. Verá que tanto seu sorriso como o dela estarão diferentes. Para os ciganos a estátua de Sara está carregada. Nela se condensam as energias sutis de muitas gerações de ciganos feiticeiros. Ela sempre atende a todos, principalmente às pessoas que têm a intuição mais desenvolvida e usam os oráculos como forma de divinação.

É de costume festejar as slavas (promessas ou comemorações em homenagem a algum santo). A Slava de Sara Kali é nos dias 24 e 25 de maio. A Slava de Nossa Senhora de Aparecida coincide com a comemoração dos gadjés, a 12 de outubro. Na Slava, é oferecido um banquete ao santo homenageado, onde é colocado o Santo do Dia no centro da mesa, em lugar de destaque e junto a Ele, um manrô (pão) redondo, que é furado no meio e onde coloca-se um punhado de sal junto com a vela. Esse pão é posto em uma bandeja cheia de arroz cru, para chamar saúde e prosperidade e, ao término do almoço, ele é dividido entre os convidados pelos donos da casa, junto com essas palavras de bençãos:

THIE AVÊS THIAILÔ LOM, MANRÔ TAI SUNKAI
(Que você seja abençoado com o sal, com o pão e com ouro).

Pesquisa e texto escrito por Thaís Hélène Nicoline Crouzet

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Fitas Ciganas




As fitas ciganas são muito usadas e bastante conhecidas por seus poderes milagrosos de desagregar energias condensadas, enfermiças, e até mesmo afastar energias negativas e transmutar outras.

Cada fita tem sua vibração: harmonizando, equilibrando, fortalecendo, curando, positivando, acalentando, limpando, purificando, gerando abundância, entre outras.



As fitas ciganas e suas atribuições:

# fita branca- função: promove a paz interior, tranquilidade, estabilidade emocional, acalma a alma. Indicação: tira a ansiedade, a insônia, agitação e stresse.

# fita vermelha- função: desperta a força de vontade, paixão, equilibrio nos relacionamentos. Indicação: depressões, traumas amorosos, sentimentos de solidão e pessoas sem prazeres.

# fita azul-clara- função: serenidade, segurança, confiança, equilibrio emocional. Indicação: inseguranças, medos, pessimismo, pessoas que se sentem derrotadas.

# fita amarela- função: prosperidade, concretização, equilibra a mente, idéias novas. Indicação: problemas financeiros, pessoas que não conseguem por em prática seus desejos.

# fita dourada- função: proteção divina, elevação da alma, harmonização espiritual, desenvolvimento da mediunidade. Indicação: tudo relacionado ao aperfeiçoamento do espírito.

# fita verde- função: cura e equilíbrio físico, vitalidade. Indicação: problemas de saúde, energias enfermiças.

# fita laranja- função: alegria, entusiasmo, restabelece a mente, corpo e espírito. Indicação: doenças somatizadas por traumas, tristezas.

# fita rosa- função: auto-estima, compreensão, compaixão, aceitação, amor universal. Indicação: sofrimentos emocionais, frustrações, luto.

# fita violeta- função: transmutação, ajuda a mudar conceitos, formas de pensamentos, cura em todos os gêneros. Indicação: miasmas de pensamentos e sentimentos, perturbações mentais, dores no corpo, obsessões e traumas.

# fita marrom- função: concretizadora, traz as pessoas para o presente, para realidade. Indicações: pessoas que vivem no passado, ou no presente sem entender, afasta espíritos sofredores.

# fita azul royal- função: proteção em todos os níveis (físico, mental, emocional, espiritual) Indicação: corta os cordões energéticos negativos, afasta e encaminha os espíritos menos esclarecidos.

Fonte: Clãs Ciganos de Luz do Astral Marcelo Ruiz & Solange Magrin Ruiz

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Curiosidades Sobre As Roupas Ciganas




Suas roupas representam um dos aspectos mais importantes de sua cultura, pois além do significado próprio das vestes dentro dos costumes ciganos, traduzem também uma obediência às tradições do passado e uma das formas de mantê-las vivas ao longo do tempo.

Andar sem calçados também faz parte do misticismo cigano, pois acreditam que esta é uma maneira de descarregar a energia negativa na terra, ao mesmo tempo
propiciando a entrada de energia positiva que vem do céu, do Sol, da Lua e das estrelas.

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As mulheres usam saias longas, geralmente até os tornozelos, numa demonstração de recato e ao mesmo tempo sedução.

O preto é usado como uma cor complementar ou de fundo, e raramente veremos um cigano vestido totalmente de preto, que é uma cor usada nos funerais, embora
eles não tenham por hábito vestir luto. O preto é reservado para os rituais de magia junto com o branco e o vermelho.

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As jóias são usadas por ambos os sexos.

Cordões de ouro, colares, pulseiras, anéis fazem parte da indumentária cigana como sinal de poderio econômico e elementos de proteção.

As blusas não possuem decotes ousados, as saias são rodadas e fartas, usando as ciganas mais ricas várias saias sobrepostas.

O colorido é o forte atrativo de suas roupas.

Muitas gostam de xales, fitas, rendas, possuindo um significado simbólico dentro de cada família cigana.

As mulheres ciganas são muito vaidosas e faceiras, usando a discrição das roupas para fascinarem.

As mulheres casadas usam o diklo, lenço de seda no cabelo, as solteiras não.

O lenço não precisa cobrir todo o cabelo, mas apanhar um tanto do cabelo.

Se uma mulher casada retira o lenço em público ou deixa de usá-lo isto é encarado como de mau agouro, desrespeito ao marido ou chamamento de viuvez.

Fonte: http://lunacigana.blogspot.com.br/
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