A fé e a perseverança
sempre foram as estrelas condutoras na vida cotidiana dos
ciganos, de qualquer etnia e em qualquer lugar do mundo.
Sempre lidando com o
porvir, sem garantias além do amor ao ser, ao estar e ao viver.
Sempre, sempre,
sempre, que tenho contato com algum espírito cigano, fico entorpecidamente
encantada. Encantada com a força serena; encantada com a alegria agregadora;
encantada com a habilidade que têm em encontrar caminhos alterativos; encantada
com sua capacidade em resolver conflitos; encantada com os sábios conselhos que
nos passam em forma de singelas sugestões, afim de que entendamos e aceitemos
as mudanças em nossas vidas.
E ninguém melhor que
os ciganos para nos ensinar sobre mudança, desapego e liberdade.
Mudar é difícil e as
vezes muito dolorido. Teoricamente sabemos que as crises fazem parte do
processo de crescimento em qualquer nível ("Pela dor ou pelo amor").
Sozinhos esse processo é de um abismo avassalador, mas com amigos (encarnados e
(ou) desencarnados) ele é mais suportável, pautado na renovação da fé e da
esperança transformadora.
E mais uma vez, os
ciganos, os negros escravos, os índios, tal como qualquer povo com experiência
em carências sociais e perseguições étnicas, dão um show de
lições de superações de condições humanamente deploráveis.
E com todo esse
cabedal de experiências existenciais, os espíritos ciganos tornam-se amigos que
nos dão aconchego e ao mesmo tempo nos impulsionam o caminhar.
E mesmo que não
podendo resolver ou eliminar as causas de nossas dores, podem e fazem com que
as nossas interpretações sobre elas, sejam mais claramente conscientes e menos
dramáticas.
Aconselham-nos a paz
e não a passividade; o deixar fluir e não a inércia; o desapego e não a
desistência; a aceitação da limitação e não o derrotismo.
Peço aos irmãos
umbandistas que procurem mais "contato" e aconchego com seus guias
ciganos, para si mesmos e para os consulentes.
Por
Claudia Baibich
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